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Cadeias livres de desmatamento: uma peça-chave para atingir seus compromissos climáticos

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A transição para uma economia de baixo carbono global está em andamento acelerado e mais de 900 empresas já são associadas à Science Based Targets Initiative, uma iniciativa global que apoia empresas no estabelecimento de metas de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)¹.

Como as cadeias livres de desmatamento se encaixam neste contexto?

Muitas das empresas, entendendo a relevância² do Escopo 3 – categoria que inclui as emissões indiretas, associa seus compromissos climáticos às emissões que ocorrem na cadeia de valor.
 

Emissões relacionadas à logística são usualmente uma das mais representativas do Escopo 3. Entretanto, no Brasil, devido à nossa atividade econômica, grande parte do Escopo 3 é proveniente das atividades agrícolas e das conversões de uso solo, ou seja, do desmatamento. Essas duas categorias juntas representaram aproximadamente 70% das emissões brasileiras.

Em 2018, a principal fonte de emissões do Brasil foram as mudanças de uso da terra, que representam 44% de todas as emissões brutas do Brasil. Dessas emissões, a maior parte (88%) está associada ao desmatamento ocorrido nos biomas Amazônia e Cerrado, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

Considerando a importância do desmatamento no Escopo 3 para muitos dos setores no Brasil, desde setor financeiro, de alimentos, vestuário, cosméticos e até o varejo, torna-se necessário construir cadeias de fornecimento livres de desmatamento para garantir que os compromissos de redução de emissões sejam atingidos.

E como atingir uma cadeia livre de desmatamento para reduzir suas emissões de GEE?

A Rever, junto da sua parceira BSR, apoia as empresas na busca por reduzir emissões da cadeia de suprimento atingindo os compromissos climáticos:

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O primeiro passo é identificar seus pontos críticos sobre seus fornecedores, que permite um mapeamento e priorização de risco de desmatamento ao longo da cadeia.  A Rever tem apoiado o Accountability Framework Initiative e mais de 40 empresas na construção de planos livres de desmatamento com base em um diagnóstico detalhado dos compromissos e adoção de práticas. A análise é construída de forma alinhada com o Operational Guidance do Accountability Framework, uma metodologia internacionalmente reconhecida para construir cadeias livres de desmatamento.

O segundo passo consiste na elaboração de um Plano de Implementação de Melhorias que ajuda a empresa a estruturar a jornada de como implementar as recomendações para alcançar marcos concretos estabelecidos em uma linha de tempo rumo a uma cadeia livre de desmatamento.

Algumas dessas empresas líderes já comunicaram as conquistas realizadas por meio da uma gestão contra o desmatamento em suas cadeias de fornecimento. Veja o depoimento das próprias empresas no vídeo do evento da WWF.

O terceiro passo é o desenvolvimento de um projeto piloto que atua nos elos da cadeia com maiores níveis de emissão devido ao desmatamento, usando como base a metodologia “Reverse Sourcing” desenvolvida pela BSR.

O Reverse Sourcing segue cinco passos para a implementação:

   1. Identificar pilotos de alto potencial de redução do desmatamento e emissões de GEE.

   2. Mapear os parceiros estratégicos.

   3. Construir o modelo de colaboração visando a geração de impacto positivo.

   4. Implementar os pilotos com a devida demonstração de resultados.
 

   5. Garantir a escalabilidade dos projetos pilotos implementados.

O projeto piloto também pode ser construído a partir da lógica do Insetting, que de forma simplificada, está relacionado à remoção de carbono e geração de outros impactos positivos no ambiente, como ilustrado no estudo de caso da Nespresso (abaixo).

Estudo de caso:

Projeto Carbono Araguaia reduzindo as emissões no elo chave da cadeia

Insetting baseado em sistemas agroflorestais da Nespresso

O Projeto Carbono Araguaia, parte da LIGA DO ARAGUAIA, tem atuado desde 2015 na redução de emissões de GEE por meio da adoção de práticas agropecuárias em uma colaboração entre diferentes atores e 24 fazendas da região, somando o total de 82 mil hectares.

Desde a sua implantação, foi possível evitar a emissão de 620.318 ton CO2e, representando 117% da meta inicial prevista para os cinco anos do projeto (531.028 ton CO2e até 2020).

Tal redução foi possível graças, sobretudo, à expansão da produção de matérias primas em áreas previamente degradadas que passaram por um processo de recuperação para torná-las cada vez mais produtivas.

Fonte: Liga do Araguaia

Os impactos adversos da mudança climática já podem ser vistos na cultura do café, gerando uma necessidade de maior resiliência das comunidades locais. O plantio de árvores nativas em fazendas de café oferece os benefícios da agricultura regenerativa - melhor abastecimento de água, conservação da biodiversidade, saúde do solo - e protege a qualidade do café, pelo qual os agricultores recebem um prêmio.

Ao criar estoques naturais de carbono com as árvores nas paisagens cafeeiras, a Nespresso compensa as emissões de GEE que não podem ser reduzidas. Conhecido como insetting, esse mecanismo de compensação financia a transição de fazendas de café para modelos agroflorestais. Cria um círculo virtuoso, ligando as necessidades de mitigação do clima com as de adaptação.

Este programa de inserção de carbono foi iniciado em 2014. Até o final de 2019, quase três milhões de árvores foram plantadas em uma área de 5 mil ha e mais de 8 mil beneficiários.

Fonte: Insetting Platform

Esse tipo de projeto pode ser construído a partir de soluções baseadas na natureza, como projetos de silvicultura e agricultura sustentável que são desenvolvidos dentro das cadeias de abastecimento das empresas. Assim, as empresas se envolvem em projetos climáticos que não apenas compensam sua pegada de carbono, mas também regeneram os ecossistemas dos quais dependem. Eles ajudam os agricultores a garantir e diversificar suas receitas, e as cadeias de abastecimento se tornam mais resistentes e melhor adaptadas às mudanças climáticas.

Vamos desenhar juntos uma solução customizada para atingir seus compromissos climáticos por meio de uma cadeia livre de desmatamento!

¹ O estabelecimento das metas climáticas se baseia em diversas abordagens tendo em vista o seu orçamento de carbono com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global.

² Em média, as emissões da cadeia upstream e downstream de uma empresa, o chamado Escopo 3, são 5,5 vezes maiores do que suas emissões do Escopo 1 e 2, segundo o Carbon Disclosure Project (CDP) .

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